Enquanto verbas e esforços publicitários se direcionam cada vez mais para o ambiente digital, é inevitável a discussão sobre a importância, neste novo cenário, do valor mais clássico da propaganda tradicional: a criatividade.
A questão segue relevante à medida que outros fatores aumentam seu peso numa equação cujo produto final são os resultados práticos da comunicação. Velocidade de resposta, machine learning, contexto, personalização e atributos de mídia são alguns desses fatores. E igualmente diversos são os “resultados práticos”, nem sempre sujeitos ao rastreamento e à quantificação.
Em determinado ponto dessa trajetória de mudanças, parecia que a criatividade perderia seu protagonismo para uma nova espécie de objetividade orientada por algoritmos e métricas, e que os únicos resultados válidos para uma marca ou produto seriam aqueles que podemos traduzir em números.
O que vem se revelando, no entanto, é que as soluções mais criativas continuam sendo as que trazem melhores resultados – incluindo aqueles que podemos medir e comparar. As boas ideias ainda são mais memoráveis, mais engajadoras e mais vendedoras que as ideias convencionais. Essa é a conclusão das pesquisas que feitas nesse sentido, e que corroboram aquilo que as métricas e as observações empíricas já pareciam sugerir. De toda forma, é inegável que a própria noção de criatividade vem se transformando, influenciada pela tecnologia e pelas novas vivências, culturas, expectativas e experiências das pessoas. Assim, ser criativo hoje é diferente do que entendíamos como ser criativo alguns anos atrás. Aqui se abre um novo campo de discussão muito interessante. No cenário atual, o que faz de uma ideia uma “ideia criativa”? Mas esse papo a gente vai deixar pro próximo artigo. Até lá!
por Olavo Rocha, DC Octopus